Polícia
Brasileiro suspeito de matar ex na Austrália é visto no Rio de Janeiro
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Suspeito de matar a ex-namorada Cecilia Müller Haddad, 38 anos, e jogar o corpo dela no rio LaneCove, na Austrália, em abril deste ano, o engenheiro Mario Marcelo Ferreira dos Santos Santoro, 40, que voltou ao Brasil no mesmo fim de semana em que a vítima foi encontrada morta, vive, atualmente, no Rio de Janeiro. A polícia australiana segue investigando o caso.
Em maio, Santoro foi visto em frente ao prédio da mãe, na Avenida Atlântica, em Copacabana, Zona Sul do Rio, levando as duas filhas para a escola. O flagra foi feito pela imprensa australiana. No último dia 26, foi expedido na Austrália um mandado de prisão contra Marcelo. De acordo com o UOL, há uma semana que o engenheiro não é mais visto no local.
Procurado pela reportagem, um homem, que se identificou como Marcelo, atendeu à ligação feita pelo UOL. Quando descobriu que era uma repórter, desligou o telefonema e, em seguida, bloqueou o número. A foto da conta do WhatsApp é dele. Mesmo após o bloqueio, a linha continua ativa em nome de Marcelo.
Nesta sexta-feira (29), um detalhe colaborou com as investigações. Graças ao depoimento de uma testemunha, que viu quando o suspeito jogou as chaves do carro de Cecília no Porto de Sydney, a polícia australiana localizou o utensílio, conforme relatou a rede ABC.
Cumprimento de pena fora do país
A extradição é juridicamente impossível, caso Marcelo não tenha dupla cidadania, segundo Renato Vizeu, especialista em direito internacional e presidente da comissão Comissão de Direito Econômico da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio. “Caso a Justiça australiana o condene, ela pede à justiça brasileira que se execute a pena. É um processo lento e demorado”, analisou.
A legislação prevê que, independentemente do crime cometido, o inciso 51 do artigo 5º da Constituição brasileira proíbe que brasileiros natos sejam enviados para cumprir pena fora do país. O texto diz que “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”.
A imprensa australiana já pediu ajuda às autoridades brasileiras por meio da Interpol. Até o momento, o nome de Marcelo não está inserido na lista.